domingo, 26 de junho de 2011

Registro sobre o encontro de 17.06 e combinado para 01.07

Meninas, 
Começamos nosso último encontro sem definirmos bem com faríamos este registro e o postaríamos. Eu disse que poderia fazer depois, pois se me entrego à discussão, pouco escrevo.
Anotei pouco e sento com apoio de minha memória neste tempinho, para deixar registrado e contar a quem não estava presente do que tratamos.
Janey pediu à Simone Cecília que socializasse com o grupo sua opnião acerca da maneira como encaminhamos a organização da participação de nossa escola no JEM.
Simone colocou que discorda das escolhas que fizemos, que gostaria que as turmas do ciclo II fossem contempladas. Contamos como e porque fizemos a escolha pelas turmas do ciclo I e neste debate retomamos a idéia de que pouco temos conversado e afinado, de maneira reflexiva, consistente e coletiva os encaminhamentos pensados para escola toda.
Debate este que tocou na questão trazida pelo texto da Regina e meu (Mafê) acerca das regras e de como são necessárias.
Mas como estas são construídas?
Dizemos de todas as regras e ações coletivas, não apenas das disciplinares (para professores e alunos)
Todos os anos algumas escolhas são feitas de maneira “imprevista”... Sim, aparecem como imprevistos, mesmo sendo as mesmas questões, na mesma época do ano, todos os anos... como o JEM, por exemplo.
As decisões a respeito de ações que já compõe o ano letivo não são discutidas com tempo. São decididas às pressas, sem muitos critérios coletivos, sem pesar prós e contras considerando toda a escola.
Mesma coisa, são os passeios para são Paulo.
Quantas vezes já não sugerimos que alguns anos de determinados ciclos fossem para São Paulo, todos os anos, para que todos os alunos tenham acesso à passeios em alguns museus que julgamos importantes?
Combinamos pensar para esta semana (para o dia 1o.) algumas destas ações que julgamos importantes serem pensadas e planejadas com calma, para discutirmos no grupo e encaminharmos para todos membros da comunidade escolar tomarem contato com as idéias e decidirem o que for melhor para toda a escola.
Quem mais lembra de alguma parte de nosso debate do último encontro?
Mafê.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Minhas reflexões...

Revendo as questões feitas em 3/6, onde a pergunta era “como vejo os educandos”, escrevi  que  os vejo como crianças relativamente interessadas e curiosas, isto porque não há muita demonstração de interesse pelo que é ensinado. São poucos os alunos que procuram saber algo além do que foi dado, que trazem alguma contribuição para a sala de aula, que contribua para o conhecimento dele ou de seus colegas.
O conteúdo ensinado não parece despertar-lhes curiosidade, um interesse maior, não acrescenta nada, como aconteceria se fosse para cantar aquela música de sentido duplo, ou falar do jogo do clube preferido.
O aluno tem preguiça de pensar, de ler, ele quer tudo digerido, pronto.
Os educadores querem o melhor para seus alunos, mas esse “melhor” não parece ser o que o aluno quer. Na verdade, o nosso melhor difere do que a comunidade escolar deseja. Nossos desejos e ideais, nossa maneira de enxergar a educação, não correspondem aos desejos e ideais de nossos alunos.
Acredito que isso se deva em parte ao imediatismo com que eles querem as coisas. Sendo assim, a escola é demorada para tudo seja alcançado.
Será que se mudarmos nosso olhar sobre os educandos, sobre nossas práticas escolares, o currículo, os tempos e seu ordenamento, teremos mais sucesso com a aprendizagem de nossos alunos? A leitura do texto sugere isso.
O currículo não é neutro, está no texto, então elaborar um currículo vai exigir que nos livremos das diversas imagens sociais que temos dos alunos, mas ainda assim fica uma pergunta: somos nós, educadores quem elaboramos  o currículo, então não permanece de alguma maneira a “nossa” visão?
Caras colegas, não sei se fui clara nesse meu texto, mas foi o que refleti da leitura.
Texto escrito e postado pela professora Onéa S. Arruda (20/06/2011).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sobre autocrítica, culpas e esperança

Eu postaria um texto na caixa de comentários abaixo da postagem da Regina. Mas decidi “abrir” mais uma postagem, por conta de algo que queria partilhar com o grupo desde a sexta passada.
Saí do nosso encontro com vontade de dizer algo, que tenho pensado ao analisar minha história como professora e ao ler o que identifico como alguns incômodos nossos quando dizemos ( ou nos dizem) de uma “mudança necessária da escola”. 
Penso, que um pouco por conta da minha personalidade e outro (um “pouco” um tanto maior) por conta da minha formação, olho para decepções, alguns ditos “fracassos” e outros momentos de dificuldade como situações para que eu repense minhas ações. Isso na vida de maneira geral e de maneira mais intensa na escola, como professora.
Não, nada comparado ao Dalai Lama ou à Polianna...rs.. Estou dizendo de um jeito de fazer autocrítica. De tomar aquilo que me mobiliza para reflexões com objetivo de fazer mudanças para melhor... e tomar isso como parte do trabalho.
E aprendi (acho que todos nós sabemos disso) que independente do âmbito da vida, as mudanças de nossos modos de agir/pensar/sentir não são fáceis de acontecer!
Fiquei com vontade de dizer isso à vocês por conta de nossa conversa a respeito do comportamento de alunos e alunas na escola. Da maneira como vemos mudanças de comportamento em alguns meninos (principalmente) que vão “adolescendo” e tornando-se desrespeitosos conosco, agressivos com os colegas, ou mesmo nos mais novos que passam muitas horas nas ruas e aprendem meios de conseguirem o que querem das maneiras mais inimagináveis para nós e que nos chocam...
Quando fiz coro à alguns relatos neste sentido, quando vejo em mim a dificuldade em lidar com estes meninos, penso nas condições sociais, penso na estrutura da escola, penso naquilo que exijo e que exigem de mim como professora, mas antes de tudo isso, ou melhor, acho que quase ao mesmo tempo - quase que simultanemente e diariamente...- penso na minha presença na vida daquele menino que me desafia e o que eu posso ter produzido para que me desafiasse ( às vezes sem ele nem perceber que me incomoda!)
Não, não acredito que eu sozinha “me culpe”  única e exclusivamente, ou que eu vá tomar toooodo o meu trabalho e jogar fora “por conta de uma criança”, como às vezes repetimos ( e não sei porquê! Quem faz isso? Isso existe?), MAS o trabalho não será mais o mesmo! Nem no minuto seguinte, nem no dia seguinte! Mesmo que eu não mude meu planejamento e a forma de colocá-lo em prática!!
Isto para mim é uma verdade!
As crianças (todas!!!) marcam o trabalho quer eu queira ou não.
E pensar em como eu venho marcando cada uma delas é necessário para que o trabalho caminhe...
E digo: não, sozinha não faço isso!!!
Isso aprendi também.
Agradeço todos os dias à forças divinas que nomeamos de diferentes e mais belos jeitos: eu nunca me senti sozinha!!!
E nunca duvidei de mim mesma sozinha! Porque o que penso para meu trabalho, não penso sozinha.
Se duvido dele, corro à partilhar a dúvida! E convido (sempre e primeiro, que isso não é novidade para ninguém) a Simone, meu marido (sim, ele não escapa!), outras colegas e amigas que trabalham na escola, ou não, pesquisadores da UNICAMP... convido quem compartilha das minhas apostas a duvidar delas também!
Acho que esta é a nossa grande riqueza: sermos incompletos, inacabados! Quem “me disse isso” primeiro foi o Paulo Freire... Quando consegui entender o que ele dizia, passei a entender o que meu pai me disse algumas vezes em que eu o magoei em minha adolescência ( naqueles anos em que achamos que sabemos as respostas para o mundo! E o problema é que ninguém nos entende! rs) 
Assumo minha “incompletude”, ainda melhor quando não a vejo só em mim e sei que sozinha não darei conta dela!
Acho que por isso, digo que pensamos o tempo todo na educação e no ensino das crianças e não damos conta destes da maneira como entendemos que é nosso dever...
Aqui eu começo a “conversar” com o texto da Regina, que me provocou...
Rê, acho que este tem sido o nosso foco!!! Sempre!
Por acreditar que podemos dar conta, digo com traquilidade, sem desmerecer  ou desvalorizar o que temos feito: estamos fazendo algo (ou algos! rs) errado! Eu, inclusive! Eu-não-só!
Uma das questões apontadas há anos é o “afinar” das regras: a escola tem que colocar limites nos alunos e eles tem que saber o que é certo e o que é errado. Isso a Regina também coloca no texto. É mesmo um grande desafio, para uma escola com corpo docente, gestor e funcionários em constante mudança, mesmo que seja pouca mudança ano a ano...e com um número insuficiente de adultos por alunos ( na minha opinião). Além das diferentes visões e modos de cada um se organizar e da demanda cada vez maior de tarefas que cai sobre nós.... MAS continuamos apostanto nisso, não temos como abrir mão.
Temos mesmo que dar esta “segurança” às crianças, adolescentes, jovens e alunos adultos também!.... Com qual olhar para eles?
Acreditamos que eles podem se auto-organizar, por exemplo, e colaborar com uma organização dos espaços, tempos, regras, encaminhamentos a serem feitos caso não sejam cumpridas?
Ou entendemos que as regras são “historicamente dadas”, que quem pode repensar uma ou outra na instituição são os professores e gestores (os funcionários nem participam) e para fazer cumprir, “fechar o cerco” é a única solução?
Coloquei dois extremos e apelei para estereótipos de formas de lidar com regras na escola... Mais para dizer que ao olhar para cada ação planejada coletivamente, estas questões que temos discutido no GT fazem cada vez mais sentido. E que se não damos conta do que queremos ensinar, o “peso da balança” que mede “culpados” pelo fracasso das apostas não pode estar mais para um lado do que para outro... nem tanto os alunos, nem tanto nós... (quem segura a balança, mesmo?)
E por estas escolhas serem parte constituinte da gente e da escola, penso que podemos encarar "de frente", como parte do trabalho coletivo, o que entendemos como erros nossos, sem desqualificar nossos esforços!  Pensar porque escolhemos promover ações “desta ou daquela” forma. Acho que isso é possível e muito coerente e produtivo!!
E deixo um trechinho do Paulo Freire... porque foi inevitável lembrar ao ler a Regina dizendo sobre “as sementes que plantamos” e escrever sobre nossa incompletude:
Pensar que a esperança sozinha transforma o mundo e atuar movido por tal ingenuidade é um modo excelente de tombar na desesperança, no pessimismo, no fatalismo. Mas, prescindir da esperança na luta para melhorar o mundo, como se a luta se pudesse reduzir a atos calculados apenas, à pura cientificidade, é frívola ilusão. Prescindir da esperança que se funda também na verdade como na qualidade ética da luta é negar a ela um dos seus suportes fundamentais. O essencial como digo (...) desta Pedagogia da esperança, é que ela, enquanto necessidade ontológica, precisa de ancorar-se na prática. Enquanto necessidade ontológica a esperança precisa da prática para tornar-se concretude histórica, É por isso que não há esperança na pura espera, nem tampouco se alcança o que se espera na espera pura, que vira, assim, espera vã. 
Sem um mínimo de esperança não podemos sequer começar o embate mas, sem o embate, a esperança, como necessidade ontológica, se desarvora, se desenderereça e se torna desesperança que, as vezes, se alonga em trágico desespero. Daí a precisão de uma certa importância em nossa existência, individual e social, que não devemos experimentá-la de forma errada, deixando que ela resvale para a desesperança e o desespero. Desesperança e desespero, conseqüência e razão de ser da inação ou do imobilismo. 
Nas situações-limites, (...) se encontram razões de ser para ambas as posições: a esperançosa e a desesperançosa.
Uma das tarefas do educador ou educadora progressista, através da análise política, séria e correta, é desvelar as possibilidades, não importam os obstáculos, para a esperança, sem a qual pouco podemos fazer porque dificilmente lutamos e quando lutamos, enquanto desesperançados ou desesperados, a nossa é uma luta suicida, é um corpo-a-corpo puramente vingativo” (FREIRE em Pedagogia da Esperança,   1992, p.10 e 11  - grifos meus)
Mafê.
16/06/2011.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Reflexão sobre currículo

Depois de ler alguns textos, resolvi escrever o que penso no lugar de comentar os textos lidos.
Acredito que na construção de um currículo deve-se levar em conta todo o contexto para o qual esta sendo construído, no entanto não devemos fugir do foco. Para que serve a escola?
A escola serve para ensinar e educar os alunos, isso deve ser a prioridade. Os pais, a comunidade e todos esperam isso da escola.
Não devemos pensar que tudo tem de ser feito de acordo com o gosto do aluno, mas sim para o seu crescimento intelectual e humano. Crianças e adolescentes precisam de modelos e regras, e estas devem ser elaboradas, cumpridas e cobradas por todos.
Não podemos deixar que os alunos tomem conta das escolas, eles não tem maturidade o suficiente para isso. Nos professores,  sendo adultos,  devemos manter as rédeas, no contrario estaríamos contribuindo para o caos total.
Estudar nem sempre é prazeroso, mas é necessário, devemos fazer com que nossos alunos entendam isso, para que no futuro não fiquem a margem da sociedade. Sei que nossa missão não é fácil, mas também não é impossível.
Sigo um conselho de uma professora de didática de meu curso de formação: - “Devemos plantar uma semente todos os dias e esperar a colheita de lindos frutos.  E que esses frutos se multipliquem formando um lindo e grande pomar.”
Depois de mais de vinte anos como educadora ainda tenho sonhos. Afinal sonhar é sempre possível.     
Regina Vasconcelos

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Relato do encontro de 10/06/2011

Janey iniciou o GT informando que Ana Maria e Lídice por motivos pessoais não poderão continuar participando de nossos encontros.
Novamente esclarecemos algumas dúvidas sobre a postagem, comentários e mensagens do blog.
Alguns pontos levantados através do registro escrito da Mônica e resumido pela Simone:
- Educandos: falta de autonomia, não conseguem se organizar, não conseguem fazer relação do conhecimento aprendido com a vida.
- Conhecimento: contato com a arte visitando a museus e outros, pois a escola muitas vezes é o único espaço onde poderão ter contato com estes conhecimentos, trabalha com diferentes materiais.
- Significados: porque os educandos não conseguem ser atraídos pela escola e não percebem a importância do saber e do aprender, o que precisamos mudar?
Observações de outras professoras:
A organização da escola e a falta de professores também influencia o desinteresse dos educandos.
O imediatismo que essa geração vivencia é trazida para dentro da escola e percebemos que os educandos são muito ansiosos para acompanhar os conhecimentos trabalhados em sala de aula. Tentam a todo momento burlar os desafios propostos pelas professoras devido a esta ansiedade.
É possível perceber que também a algo maior, pois falta interdisciplinariedade entre as matérias, cada professor trabalha do seu jeito, não há uma continuidade do trabalho de um ano para o outro.
Entendemos que este espaço do GT é uma tentativa de afinarmos o que pensamos, que escola queremos, quais conhecimentos privilegiar, como, o que e por que ensinar.
Será que aquilo que fazemos no ciclo inicial de ensino, influencia como os educandos se desenvolvem nos ciclos seguintes?
O quanto o crescimento dos educandos e o fato de estarem adolescendo - cada vez mais precoce - influenciam o seu comportamento? Qual é o esteriótipo no qual cada criança se espelha?
A professora tenta fazer o seu melhor dentro daquilo que conhece e que sabe, e muitas vezes busca novos conhecimentos para enfrentar as dificuldades e barreiras do dia-a-dia.

Relato produzido pela Professora Simone Franco.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Refletindo sobre as questões

Começo meu pequeno escrito por um trecho retirado da leitura que fizemos, está na página 21.

“À medida que as sensibilidades se voltam para os sujeitos da ação educativa, para nossas identidades e saberes docentes e, sobretudo, para nosso trabalho, e à medida que temos outro olhar sobre os educandos, torna-se obrigatório ter outra visão sobre a prática escolar, os currículos, os tempos e seu ordenamento.”

Como vejo meus educandos: falando especificamente da minha turma atual tenho algumas certezas sobre eles, são crianças de 6 anos que em sua maioria vivenciou a experiência da escola infantil, são muito curiosos e sempre prontos a participar das atividades e como qualquer criança desta idade são bem falantes e agitadas. Moram em um bairro de periferia de Campinas e como todos nós, têm sonhos e planos para o futuro. Embora trabalhe com esta comunidade há cerca de 11 anos, não posso falar sobre a realidade social em que vivem, já que não a vivencio cotidianamente como eles. Sei que trazem marcas dessa realidade, assim como eu também levo para o interior da escola as marcas do vivido por mim.
Como vejo o conhecimento que ensino : existe o conhecimento que é parte integrante de qualquer currículo que se diga de qualidade (aprender a ler, a escrever, as operações, problemas matemáticos, os diferentes gêneros e portadores textuais, a comunicação oral, as artes plásticas, etc.) e existe aquele que não diria que é ensinado, mas sim partilhado, construído e vivenciado na escola pelas e com as crianças e que é elaborado para cada turma a partir das necessidades, dos interesses e dos conhecimentos que trazem consigo quando chegam à escola. Por exemplo, pesquisar a história da capoeira, aprender a fazer um brinquedo, pensar sobre a necessidade da reciclagem, aprender a tocar um instrumento musical, montar um blog, produzir um livro de receitas...são exemplos do conhecimento que podem fazer as crianças sentirem-se parte de um todo ou que possam a partir deste conhecimento inicial trabalhado na escola, serem capazes de buscar, pesquisar outros conhecimentos para sua vida em sociedade.
Quais os significados as crianças atribuem aos conhecimentos vividos na escola: Sinceramente não sei se todos e cada uma das crianças tem idéia do significado deste ou daquele conhecimento, sei dizer que de algumas coisas eles gostam mais e de outras gostam menos. Fico pensando em minha vida enquanto aluna, nunca gostei muito de matemática e em compensação adorava história (mesmo tendo que responder a questionários longos e cansativos). É muito difícil saber aquilo que toca a cada um, por isso muitas vezes quando nos deparamos com uma criança que é difícil de atingir, que nenhum conhecimento o atrai, ficamos perdidos e sem saber aonde está o problema, geralmente penso que ainda não achei o método ou a maneira de trabalhar um conhecimento que possa atingí-lo, mas nem sempre é assim. Voltando novamente ao texto, na página 23 encontrei mais um trecho que alimentou minhas reflexões.

“Crianças, adolescentes, jovens ou adultos que chegam às escolas carregam imagens sociais com que os currículos, as escolas e a docência trabalham, reforçam-nas ou a elas se contrapõem. Chegam com identidades de classe, raça, etnia, gênero, território, campo, cidade, periferia... e sobre essas imagens construímos as imagens de alunos, definimos funções para cada escola e priorizamos ou secundarizamos conhecimentos, habilidades e competências.”

A partir deste escrito e da leitura realizada, surgiram para mim mais duas questões que talvez alguém de vocês possa me ajudar a responder:

1-   Será que não seria também uma imagem social a que temos sobre os educandos que não querem ou não gostam de estudar?
2-   Talvez não seria necessário olhar para nossa prática e ver se o conhecimento que trabalhamos e a maneira que ensinamos não influencie os significados que esses educandos atribuem ao conhecimento escolar?

Professora Simone Franco.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Relato do encontro de 03/06/2011

Depois de dois encontros que não aconteceram devido a greve, voltamos ao nosso GT para rever as maneiras de utilizar, seguir e postar em nosso blog e para discutir sobre a leitura das págs. 17 a 23 do material Indagações sobre o currículo - "Educandos e educadores: seus direitos e o currículo".

Algumas questões levantadas:

Como vemos os educandos?  Quem são esses sujeitos?
- Como vemos o conhecimento que ensinamos? E quais são os novos processos de ensinar e de aprender?
- Quais os significados e quais valores esses conhecimentos passados tem para nossos educandos?
- A forma como vemos nossos educandos influenciam a escolha dos conhecimentos e os significados que eles podem atribuir a estes conhecimentos.

Proposta para próximo encontro: Olhar para estas questões abaixo e escrever pequeno relato sobre elas.

* Como vemos os educandos?  
* Como vemos o conhecimento que ensinamos?
* Quais os significados são atribuidos pelos educandos ao saber ensinado na escola.
Texto produzido durante GT pela Profa.Simone Franco.

Minha reflexão sobre a leitura do 1º texto do GT:

“Educandos e educadores: seus direitos e o currículo.”
Percebo que o desejo de repensar no melhor e mais adequado currículo e na melhor organização da escola é um desejo unânime pelos educadores, já que sabemos que do jeito que está o currículo não tem satisfeito nossos alunos.
Tentando se organizar para modificar o currículo, os professores tem feito como nós aqui da escola, se encontrando em horários de estudos e tempos coletivos.
Miguel pergunta se o desinteresse dos alunos, através da indisciplina, seria gerado pelo conteúdo dado pelos professores, a organização escolar e curricular da escola de hoje.
Penso que ele tem razão, mas existem outros motivos externos que podem levar ao desinteresse dos alunos, como a falta de estrutura familiar.
Miguel Arroyo vê o currículo de dois modos diferentes.
O primeiro modo o currículo está pronto e os alunos são condicionados pelo conhecimento. É a forma como está a escola de hoje.
O segundo modo o currículo é construído a partir dos alunos. A medida que se vê o aluno de outra forma, muda-se a prática escolar, os currículos, os tempos pedagógicos e seu ordenamento. É preciso repensar o que ensinar, o que aprender e em que lógicas.
Miguel explica que os alunos chegam na escola com identidades de classe, raça, etnia, gênero, território, campo, cidade, periferia e é através dessas imagens que devem ser construídas as imagens dos alunos. Ao repensar o currículo é preciso rever com olhar crítico essas imagens sociais que os alunos trazem para a escola.
A pergunta principal a que o autor colocar é: qual a imagem que temos dos nossos alunos para que consigamos a reestruturação do nosso currículo?
Acho que precisamos pensar muito nisso e tentar conhecer ao máximo nossos alunos para fazer mudanças positivas. Acredito que talvez seja muito difícil sair desse cotidiano que já estamos acostumados com aulas tradicionais. Apesar do caos que se encontra instalado nas escolas,viemos de uma outra geração, e a mudança significa a busca do novo, desconhecido e acaba gerando insegurança por parte de todos nós educadores.
Apesar disso, toda tentativa para melhorar a prática escolar é válida. Então, vamos lá e continuemos nossos estudos sobre currículo.
Professora CLÁUDIA  (Matemática)