quarta-feira, 14 de março de 2012

Relato do Encontro do dia 14/03/2012 - Com o assessoramento do professor Clécio Bunzen

Presentes na reunião:
1.      Andréia Gomes Costa (Professora do 3º ano A – Ciclo I);
2.      Janey (Orientadora Pedagógica – Manhã / Tarde);
3.      Edna Andrade Guevara Prado (Professora do 1º ano B – Ciclo I);
4.      Maria Fernanda P. Buciano (Professora do 2º ano A – Ciclo I);
5.      Regina (Professora do 3º ano B – Ciclo I);
6.      Simone Franco (Professora do 2º ano B – Ciclo I);

Conforme combinado, contamos com o assessoramento (colaboração, contribuições) do professor Clecio Bunzen[1] - que, logo no início do encontro, conseguiu minimizar a preocupação das participantes supracitadas, em relação a uma “possível exigência”, de um número mínimo de pessoas no grupo - para que houvesse os assessoramentos do professor.
Segundo o professor, o importante não é uma grande quantidade de participantes nestes encontros, e sim, a qualidade desta participação – que sejam adesões espontâneas, de pessoas que queiram desenvolver um estudo do cotidiano da nossa escola. Clécio se autodenomina como “um estrangeiro” neste 1º encontro, ou seja, como “alguém de fora”, querendo conhecer a realidade do grupo aqui reunido e, conseqüentemente, as diferentes realidades (ou “sub” realidades) coexistentes dentro de uma mesma escola.
A partir, aliás, da colocação do professor; começamos a discussão da Parte 1 das Diretrizes Curriculares: Ensino Fundamental de Nove Anos (páginas 09 a 22).
A professora Simone coloca aquilo que considerou ser um dos pontos fortes da leitura realizada: a importância da revisão da jornada dos professores na Rede Municipal de Ensino de Campinas – uma vez que, de acordo com a atual jornada e os exíguos tempos de encontros coletivos, quase nunca é possível a “tão almejada” discussão coletiva de planejamentos, ações e projetos nas escolas.
Ou seja, como vimos no encontro de hoje, há um mínimo de espaço/tempo de discussão coletiva (como o oferecido por este grupo, cujo objetivo é um encontro semanal coletivo presencial de 50 minutos, além de uma hora aula (+ 50 minutos) à distância, utilizando o blog[2]. Apesar da dificuldade para “cavarmos” este espaço, há um grande número de profissionais dos outros períodos (tarde/noite), que se vêem impossibilitados de participar destes encontros, por conta de outros compromissos (dupla jornada de trabalho, etc.) já assumidos.
Além da jornada dos profissionais da educação municipal de Campinas (e de outras redes brasileiras), falamos sobre a necessidade urgente de mudanças na forma de organização dos tempos e espaço da escola (conforme mencionado no parágrafo anterior) – de modo que estes propiciassem maiores discussões/ trabalhos verdadeiramente coletivos.
De acordo com a atual jornada (e planos de carreiras), o único tempo/espaço verdadeiramente coletivo (TDC – Trabalho Docente Coletivo), de 02 horas-aula (ou 01 hora e 40 minutos/relógio) é “massacrado” por questões burocráticas, informes, recados da secretaria/equipe gestora... Enfim, por questões que vão “além” de um tempo de discussão/planejamento coletivo – o que faz com que cada professor vivencie uma “realidade”; desenvolva um “trabalho solitário”: “fechando a porta da sua sala de aula e lutando/enfrentando (tentando solucionar) à sua maneira com os problemas existentes naquela realidade” (como colocaram as professoras Edna e Regina).
Os tempos destinados à CHP (Carga Horária Pedagógica) e TDI (Trabalho Docente Individual) são cumpridos com o exercício de atividades de “Reforço Escolar” junto àqueles alunos que exigem atenção/tempo individualizado (por terem dificuldades na aprendizagem) e/ou atendimento aos pais destes alunos (que, muitas vezes, são convocados a comparecerem na escola por causa do número excessivo de faltas/ausências do filho, etc.) – impedindo, também, dedicação destes professores aos estudos e/ou formação continuada.
Clécio questiona a “autonomia da escola” para criar, lutar pela criação de mais encontros coletivos de estudo/trabalho e a mobilização desta no Projeto Político Pedagógico (para que este possa exercer sua força) – mas que, infelizmente, não vem sendo exercido adequadamente em nossa escola nos últimos anos (e exigiria um consenso por parte das equipes docente, gestora, discente e comunidade em geral, sobre o que é mais importante para a escola).
Clecio colabora com algumas sugestões, que, talvez, melhorassem este “fazer solitário” dos professores, tais como a criação de coordenadoras por ciclo/ano, ou seja, pessoas que se responsabilizassem pela coordenação do trabalho pedagógico desenvolvido num determinado ano (mediante pagamento de horas projeto – HP); que estas se reunissem semanalmente e/ou quinzenalmente (fora dos tempos pedagógicos já citados) com a orientadora pedagógica (daquele determinado período), para socializarem, trocarem, exporem (às demais coordenadoras dos anos/ de ciclo e à orientadora pedagógica) os conteúdos, atividades, passeios (estudos do meio) previstos, planejados para aquelas classes – algo que evitaria, por exemplo, a repetição de conteúdos já trabalhados.
Discutimos também, a questão “do quê” vem sendo trabalhado com nossas crianças na educação infantil; a necessidade de troca/ discussão coletiva entre os diferentes segmentos da rede: infantil x fundamental I (Ciclos I e II, 1º ao 5º ano) x fundamental II (Ciclos III, IV; 6º ao 9º ano).
Devido ao término do tempo do encontro e à impossibilidade da presença do professor Clécio no encontro do dia 28/03, ficou combinado para o próximo encontro (21/03/2012) a retomada da leitura da Parte 1 das Diretrizes Curriculares: Ensino Fundamental de Nove Anos (páginas 09 a 22) – novamente com a presença  do professor Clecio Bunzen.



[1] Graduação em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (2002) e mestrado (2005) e doutorado (2009) em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente, é professor do curso de Pedagogia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Atua como docente no Programa de Pós-Graduação em Lingüística da UFSCAR, na linha de pesquisa "Ensino e aprendizagem de língua". Tem experiência na área de Lingüística e Lingüística Aplicada, com ênfase em Ensino Aprendizagem de Língua Materna, atuando principalmente nos seguintes temas: livro didático, letramento escolar, ensino da leitura e da escritura, conhecimentos lingüísticos e gêneros do discurso. Tem experiências com formação continuada de professores de Educação de Jovens e Adultos, Ensino Fundamental I e II e Médio. Seu projeto atual de pesquisa é sobre produção, perfil e usos dos livros didáticos de alfabetização, aprovados no PNLD-2010.
Relato escrito pela orientadora pedagógica Janey Silva

Um comentário:

  1. Olá, pessoal

    Gostei muito do relato, pois foi uma boa síntese das nossas discussões e compromissos. Levei a revista "Educação e Pesquisa" da Usp, volume 37, N~º 01. Os artigos são todos voltados para a relação entre o Ensino Fundamental e a Educação Infantil.
    O link para os artigos da revista é:
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1517-970220110001&lng=pt&nrm=iso
    Abraços
    Clecio

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