quarta-feira, 1 de agosto de 2012

"Reencontro" do dia 25/07/2012

Presentes: Andréia, Janey, Mafê, Regina, Simone Franco e Vanessa.

 
A professora Edna não pôde estar presente neste encontro porque estava repondo aula com seus alunos, acompanhando-os ao passeio ao Parque Ecológico de Paulínia.

 
Após um longo período sem nos reunirmos (o último encontro havia ocorrido no dia 09/05/2012) devido a inúmeros "contra tempos" e "imprevistos": primeiro foi a greve do funcionalismo municipal de Campinas (que se estendeu pelo mês de maio, durante o qual não nos reunimos) - vale lembrar que neste período (maio), o professor Clecio também não poderia participar dos encontros (devido aos compromissos da vida acadêmica).

 
Logo no início de junho (09/06), Janey (orientadora pedagógica) fraturou o braço e teve que se afastar da escola por 20 dias - fato que prejudicou o intermédio da comunicação do grupo com o professor (de modo que não ficou "combinada" uma nova data para Clécio vir à escola). 

 
Assim, neste "reencontro", conversamos sobre as possibilidades de continuidade (ou não) dos encontros do grupo: sentimos que houve uma espécie de "ruptura" no desenvolvimento dos trabalhos, ou seja, uma perda no "sentido original" da criação do grupo, que era o de potencializar as discussões sobre o currículo desenvolvido / trabalhado junto aos alunos, por professores de todos os períodos (manhã / tarde / noite); promovendo trocas, "enriquecimento" para todo o corpo docente.

 
Mafê observa que este grupo também é resultado da luta de algumas professoras por "tempo e espaço" para estudos - tão necessários em meio ao "caos" de demandas exigidas de nós diariamente - e que, apesar de concordar com as demais colegas (sobre a não continuidade dos encontros semanais), poderíamos pensar em um trabalho "mais direcionado" em conjunto com o professor Clécio (algo pensado, por exemplo, para o Festival de Música da escola: em novembro). 

 
Mafê também sugeriu um vídeo do MEC, com texto de Rosaura Soligo: "O que acontece quando lemos". Disponível em:

 
Retomamos a idéia de socializar com os professores dos anos finais (ciclos III e IV), algumas práticas de alfabetização e letramento utilizadas pelas professoras dos anos iniciais (ciclos I e II), no IV Ciclo de Seminários de Reflexão sobre Práticas Educativas das EMEFS do NAED NORTE (3º Seminário de Práticas Educativas da nossa U.E) - no dia 20/08/2012 (segunda-feira).

 
Neste contexto (com a idéia de realizarmos uma espécie de "mesa de discussão") - com práticas e idéias bem sucedidas (ou não) de alfabetização e Letramento (na tarde do dia 20/08) - pensamos também em convidar o professor Clécio a participar especialmente do nosso Seminário, quer como palestrante, quer como "mediador" das discussões.

 
Janey comprometeu-se a convidar o professor Clécio a participar das atividades do dia 20/08, assim como de pedir um "levantamento" (para Lu Brenelli - orientadora pedagógica tarde/noite) do "quê" (temas, assuntos, etc.) é mais interessante para os professores dos anos finais (ciclos III e IV); como por exemplo: "tipos de atividades" para alfabetização; "como trabalhar a leitura"; "rotina em sala de aula"? 

 
Devido ao término do tempo, encerramos a reunião.

 
Relato escrito por Janey (orientadora pedagógica).

quarta-feira, 9 de maio de 2012

RELATO DO ENCONTRO DE 09/05/2012

Presentes:
·         Andréia; Edna; Janey, Mafê e Regina.

O professor Clécio Bunzen, que tem acompanhado o grupo – tanto à distância, através do blog; como presencialmente, a cada 15 dias – enviou (na última semana de abril) um e-mail ao grupo, indicando-nos que, infelizmente, só poderá estar conosco no dia 30/05/2012.
O professor não poderá vir até a nossa escola, devido aos compromissos da vida acadêmica:
·         02/05 - Em Belo Horizonte (banca de doutorado)
·         09/05 - Curso da Rede Trilhas – SP (como formador).
·         16/05 (provavelmente no curso da Rede Trilhas do MEC, mas não foi confirmado ainda);
·         23/05 - Provavelmente em Belo Horizonte novamente, mas não foi confirmado
·         30/05 - "Livre".
Entretanto, o professor tem nos acompanhado pela internet, respondendo nossos e-mails (sugestões de vídeos postados pelas professoras Mafê e Vanessa no blog do grupo; ao longo desta última semana), dando opiniões e sugestões (“você tem nos feito falta, professor”! JJJ!)!
·         Havíamos combinado dar continuidade à discussão iniciada no último encontro, sobre a leitura do texto: "Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos" (distribuído no encontro do dia 18/04); disponível para download: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n23/n23a11.pdf.
Mais uma vez, entretanto, modificamos o curso das discussões; a partir da socialização trazida pela professora Mafê, sobre uma atividade desenvolvida no curso de formação que a professora está cursando: Ler e Escrever – Letramento e Alfabetização. Segundo Mafê, as formadoras: Ítala e Danielli; conseguiram levar as professoras a “olharem” para atividades de avaliação diagnóstica (leitura e escrita), envolvendo diferentes gêneros textuais: livros; revistas em quadrinhos/gibis; revistas; atividades de passatempo – que permitem uma maior flexibilidade ao professor que deseja “sair da rotina” das atividades em folhas avulsas, xerocadas, etc. (Mafê, por favor, faça as devidas correções – caso meu entendimento não esteja 100%, ok?!).
A socialização feita por Mafê foi extremamente positiva, além de pertinente ao currículo que discutimos. Também falamos brevemente sobre a situação político-econômica no município e sobre a possível situação de greve.
Devido ao término do tempo destinado ao encontro, acabamos por encerrá-lo sem deixarmos um “combinado” para o próximo encontro: dia 16/05/2012 – no qual, provavelmente, daremos continuidade às discussões combinadas para o dia de hoje (sobre a leitura do texto: "Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos").
Relato escrito pela orientadora pedagógica Janey Silva.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Registro do encontro de 02 de maio de 2012

Estavam presentes: Vanessa, Janey, Regina, Mafê, Edna, Andréia, Simone

Discussão do texto Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos, dos autores Antonio Flávio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau, sugerido pelo Clécio.

Andreia acha difícil o reconhecimento da diferença e do direito a diferença, conforme o texto, na prática. Simone lembrou que o proprio texto diz que não se trata de uma tarefa fácil. Andreia lembra que o professor tem que tomar muito cuidado, porque a escola privilegia a cultura dominante, mas tem que valorizar as outras e ao mesmo tempo não se pode esquecer que o indivíduo encontra-se inserido em um sistema e sociedade, portanto também não podemos deixar de lado a cultura dominante.
Na pagina 7, Simone achou interessante a parte em que o autor fala da cultura dentro do universo escolar, que é o nosso caso, e quanto vamos trazer a cultura para a sala de aula ela está incluída em uma construção histórica. Por exemplo, em nosso caso, as escolhas musicais que os alunos e alunas fazem. Para nós é mais difícil ter clareza dessa condição histórica e atual porque estamos diretamente envolvidos nessa condição, estamos vivendo-a. Simone citou o exemplo da professora Mafê que está desenvolvendo um trabalho com seus alunos, de formação de uma coletânea de musicas brasileiras ou de músicas que eles gostam com seus alunos, para enviarem a um outro grupo de estudantes na Itália, e eles escolheram: as músicas que são cantadas em sala de aula, algumas de artistas famosos e outras não, uma musica de capoeira, clássicas como Garota de Ipanema, uma do Justin Bieber, de Luan Santana, uma música sugerida pela professora do Milton Nascimento chamada Boa noite (e que os alunos adoraram devido ao ritmo de batucada).
Mafê lembrou a partir do texto duas músicas de Arnaldo Antunes, que foram postadas no blog, e também de um grupo chamado Chicas.
Vanessa queria saber a opinião sobre o música do Michel Teló que ela escolheu para um clipe que fez aos alunos formandos de 2011, que apesar de ter passagens erotizadas implícitas na música, ela optou por essa escolha por ser uma música que eles gostavam e que eles se recordariam anos mais tarde com saudades daquela época, a música tocada no momento. A escolha dessa música lhe causou muitas dúvidas, mas mesmo assim ela quis escolhe-la, pensando nas identidades dos alunos e pensando que o momento de mostrar-lhes músicas de melhor qualidade era outro, em sala de aula, como já havia feito em outras ocasiões.
Janey pensa que lidar com a diversidade é mesmo complicado, Regina pensa que não dá pra ser democrática sempre. Edna concorda com o autor que questionar, desnaturalizar e desestabilizar essa realidade constitui um passo fundamental. Andreia lembra que esse processo precisa ser feito coletivamente.
Mafê lamentou o tempo que perde com a indisciplina dos alunos. Edna diz que a indisciplina dificulta o processo. Andréia acha que isso é resultado não somente da cultura, mas também do tempo, da época.

Registro feito por Vanessa, complementem, por favor! Abraços!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cancelamento do encontro presencial de 25/04/2012

Em virtude da impossibilidade da presença da maioria do grupo, optou-se pelo cancelamento do encontro presencial de hoje (25/04).

Entretanto, ficou acordado entre as participantes que, para o encontro da próxima semana (02/05/2012) - todas deverão realizar a leitura do texto:
Ou seja, no próximo encontro (com a presença do professor Clécio), estaremos com a leitura do texto acima mencionado, escrito por:  Antonio Flavio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau - pronta; para que possamos discutir as principais idéias e implicações destas na realidade vivida na escola.

Infelizmente, a orientadora pedagógica não conseguiu entrar em contato com a professora Vanessa (e avisá-la do cancelamento do encontro): celular=caixa postal e fone residencial=ninguém atendeu.

A cópia da professora Vanessa (do texto a ser lido para a próxima semana) está com a orientadora pedagógica - que fará o possível para entregá-lo à professora.

Registro escrito por Janey Silva (orientadora pedagógica I)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Relato do encontro de 18/04/2012

Presentes: Edna, Andréia, Regina e Simone.
Começamos a reunião com a leitura do texto postado pelo Clécio sobre a necessidade que temos em pensar sobre o currículo na escola.
Andréia diz que atualmente embora cada um de nós viva em sua comunidade estamos inseridos dentro de um contexto mais global, estamos inseridos em um mundo do qual fazemos parte.
Regina comenta que de alguma forma a comunidade também tem que se adaptar a cultura escolar, é preciso que tanto a escola como a comunidade sedam um pouco para construir um caminho em comum.
Edna acredita que a escola vai e precisa mudar de “cara”, como trabalharmos tantas diferenças, tantas questões dentro da escola que aí está?
Regina concorda e profetiza que a escola irá, cedo ou tarde, passar por uma revolução.
A partir das falas das colegas, Andréia pergunta: O que é a escola? Que local é este? Para que ela está servindo hoje em dia?
Edna se lembra de como a escola antigamente não trazia algumas questões que nos afligem hoje com relação a violência, a indisciplina, do respeito aos professores.
Simone diz que antigamente a escola não apresentava realmente tantas questões relacionadas a violência, mas que também não era uma escola acessível a todos e que nem todas as crianças chegavam a concluir os estudos.
Andréia comenta sobre os textos que postamos (eu e ela) sobre os acontecimentos “felizes” do nosso cotidiano escolar. Edna e Regina relatam as experiências positivas que viveram em suas salas com o uso do “panfleto” sobre o recolhimento de pilhas e com o trabalho com música em sala de aula.
Embora a Janey não pudesse estar presente, ela encaminhou através da secretaria, um texto que leremos para o próximo encontro: Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos de Antonio Flávio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau (disponível cópia em Xerox para todos os integrantes do GT).
Relato escrito por Simone Franco e aberto para comentários, etc.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Parceria musical!

Relato do encontro de 11/04/2012

No encontro do dia onze de abril estavam presentes: Prof. Dr. Clécio Bunzen, a orientadora pedagógica Janey e as professoras Vanessa, Simone, Regina, Mafê, Edna e Andréia.
Fizemos uma retomada dos assuntos abordados no encontro anterior e concentramos as discussões sobre a Feira Cultural que estaria voltada para uma proposta que partisse dos planejamentos dos professores.
A profa. Andréia e Regina estão avaliando o tema a ser abordado, mas como este ano estão seguindo o livro didático, sentem dificuldade em organizar projetos como faziam em 2011. A profa. Simone comenta sobre as limitações que o livro didático impõe. Vanessa lembra que o livro didático apresenta conteúdo excessivo e que deve ser cumprido, mas é possível destacar alguma temática interessante
O prof. Clecio questiona qual seria a dificuldade em relacionar a história, matéria da profa. Vanessa, e o trabalho dos alunos. Relembra a evolução da indústria musical e a sua construção, seguida da indústria cultural, a questão rural e urbana, que daria uma excelente pesquisa através da história e a preparação de uma apresentação para a feira. Outros exemplos apresentados pelo professor permitiram interessantes observações dos professores, como a música associada às guerras.
Andréia enfatiza o que já foi comentado em TDC, sobre os estilos musicais escolhidos pelos alunos que são repetitivos e distanciados das propostas pedagógicas da escola. O prof. Clecio afirma que esta é uma questão polissêmica e precisa ser considerada. Quanto ao uso do livro didático, coloca que as atividades dos professores podem ser organizadas de maneira que pelo menos um dia da semana seja reservado para o trabalho com projetos. Não podemos esquecer que nas diretrizes curriculares o livro didático é mencionado como mais um recurso a ser considerado. Observa também que vivemos num mundo de prescrições e devemos tomar cuidado, pois o currículo é dinâmico, não estático e devemos fazer os planejamentos observando esta maleabilidade.
A professora Vanessa coloca sobre a dificuldade na aplicação dos conteúdos em relação ao festival. Mafê, salientando que as propostas devem partir dos alunos, afirma: “Como garantir o espaço de expressão sem repressão, mas com reflexão?” Tal afirmação levou os professores a destacarem alguns fatores que interferem como a auto-organização dos alunos; o aumento da participação e parcerias dos professores e o entendimento que têm deste momento para a escola. Segundo o professor, em alguns países, no caso Alemanha, onde viveu algum tempo, há um professor por classe o que praticamente elimina algumas das nossas dificuldades..
Simone comenta sobre o tempo que dispomos para planejar e executar as propostas para a feira, considerando nossos compromissos com o conteúdo programático. O professor Clécio afirma que cada professor deve assumir e responder sobre sua proposta, cientes que a todo o momento avaliamos e somos avaliados, afinal o currículo é uma opção política, e o processo acontece sempre em relação ao outro. Mesmo que o trabalho dos professores em sua maioria seja individual, poderá existir um momento coletivo que pense alguma coisa e mostre os resultados, lembrando que o GT de Currículo tem como objetivo respeitar o pensar coletivo.
Finalizando o encontro ficaram duas propostas: discutir o assunto em TDC e fazer uma enquete sobre as preferências quanto ao estilo musical dos alunos.


domingo, 15 de abril de 2012

A música

    Como o assunto está recorrente em nossas discussões, e todos sabem que sou uma professora musical,... bom, todos os que trabalham comigo, então deixa eu voltar um pouquinho no tempo...
    Há 11 anos, quando ingressei como professora na Rede Municipal de Campinas, já existiam os cursos de formação continuada na prefeitura e, assim que pude, logo no primeiro ano, me inscrevi no primeiro de muitos cursos musicais que já fiz desde que me tornei professora: "A música e os temas transversais", que tinha como formadora, Tânia Poyate (não me lembro se a grafia está correta). E foi aí que comecei a minha carreira de professora musical, como  me auto entitulei. Como sempre gostei muito de ouvir, dançar e cantar (mesmo que desafinada) música, nunca foi difícil para mim, trabalhar com ela.
   Porém, no último ano e meio, resolvi me dedicar com mais afinco à aprendizagem do tema. Fiz o curso de Canto Coral e de violão iniciante, também oferecidos pela prefeitura. Atualmente curso violão clássico oferecido pela Escola Livre de Música da Unicamp, e também estou inscrita no de violão popular da Rede.
   São horas de aprendizado e extremo prazer! E tento trazer, na medida do possível, o que aprendo, não só para meus alunos, mas para outras turmas, onde as professoras se mostram abertas a minha entrada na sua rotina. Como a Simone falou que devemos relatar também as coisas boas, venho então falar do meu, muito bom, currículo oculto.
    Já havia ido com meu violão e meu pouquissimo conhecimento musical a algumas salas de aulas de colegas que solicitaram que eu tocasse para "seus" alunos (Regina, Mafê, Ana, Edna). Mas essa semana, 6a feira 13 (olha o dia!), foi especial! Já tinha ido ao 1o ano da Edna duas ou três vezes, e mandei a letra de umas musiquinhas que sei tocar para ela trabalhar com as crianças. Na 6a feira, quando cheguei, a turma toda me acompanhou e ainda mostraram a coreografia que fizeram para a música do Coelhinho. Foi muuuito legal ve los cantando e dançando e dizendo "--Aaaaaahhhh!", quando eu disse que tinha que sair.
    E quando cheguei ao refeitório, para receber meus alunos que saiam da educação fisica, carregando propositalmente o violão nas costas, alguns vieram até mim e perguntaram se eu ia tocar para eles. Chegando a sala fizemos uma brincadeira com ritmos e depois toquei por uns 20 minutos enquanto eles iam copiando umas questões da lousa e cantando. Foi impressionante o quanto que eles acalmaram!
    É, a música pode operar milagres! Alguém me explica por que ela ainda não faz parte do nosso currículo oficial? Por que não se contratam profissionais gabaritados para exercer esse cargo? Por que nossas crianças são privadas de conhecimento cultural-musical nas escolas públicas? Alguém me explica???

sábado, 14 de abril de 2012

Currículos

De fato, não é fácil pensar a construção do currículo na escola, pois ele parece um peixe ensaboado. Quando achamos que temos ele em nossa mão, ele escorrega. Por isso, também é muito fácil jogarmos o bebê fora com a água do banho... Em nossos últimos encontros, volto para casa pensando em várias questões. Vou escrever aqui brevemente sobre algumas questões:

1. Se por um lado o trabalho na escola é marcado pelas prescrições e planejamentos escritos (entregues à coordenação, à gestão, ao Estado), por outro há uma infinita liberdade de desenvolver conteúdos, objetivos e formas de avaliação que são individuais. Assim, eu fico sempre perguntando qual é o projeto coletivo das escolas? Qual o papel dos professores e da equipe gestora para discutir os menores detalhes do projeto pedagógico? As ações (e reações) que ocorrem nas salas são de responsabilidade apenas do professor e de sua turma? E os pais? A comunidade escolar? E os futuros professores das crianças? E os antigos? Eles teriam alguma contribuição para o currículo em ação nas escolas?
2. Se há uma tensão entre infinitos projetos individuais e projetos coletivos, qual é a instância que regula o trabalho docente e a construção curricular? Se não é um "vale-tudo", o que "vale" na esfera escolar? Uma vez que não temos mais "inspetores" a quem cabe coordenar e regular o quê, como e de que maneira podemos ensinar crianças e jovens? Que currículos são construídos nessas tensões entre meus projetos individuais e os projetos coletivos? Como lidar com os nossos-meus olhares avaliativos?
3. Funk, Gospel, Novela, BBB, rap, propaganda, "chão...chão..chão", "Tchê, Tchê, Tchê...". A música está em todos os lugares no celular, na televisão, no rádio, na mídia e na escola também. No entanto, a entrada da canção e da música na escola não é algo tranquilo. Que estação de rádio queremos, podemos, desejamos? De um lado, as escolhas musicais dos alunos são heterogêneas e marcam suas identidades. De outro lado, a escola tem um papel de formação cultural e não apenas "cognitiva". Como, então, construir um currículo que não procure a-culturar os alunos (seus gostos, suas identidades), mas que também não seja uma repetição do que assistem na televisão? Como relacionar meus conteúdos (listados e escritos) com as questões que emergem do cotidiano (a batida do funk, a música sertaneja, as escolhas religiosas)? Talvez, pensar em uma escola multicultural e que valorize mais a heterogeneidade, sem perder o seu papel de formação reflexiva e crítica. Como fazer isso?!
4. "Tempo, tempo, tempo"... Atrelada à questão das culturas escolares e das culturas valorizadas (e não valorizadas), a escola tenta se afastar do modelo "Esquenta!", programa global de Regina Casé, mas as práticas culturais oferecidas por ela não têm chamado tanta atenção como outros produtos culturais como as novelas e os CDs de pagode, tecnobrega ou música sertaneja. Uma possibilidade é hibridizar e transformar essa cultura escolar. Para isso, é preciso "tempo", "trabalho coletivo" e "construção de comunidades de aprendizagem" que levem em conta os saberes locais e das comunidades. Não dá para impor a uma comunidade indígena ou quilombola uma edução europeia, assim como não dá para impor para as comunidades locais um currículo tão distante de suas crenças, valores e conhecimentos.

5. Dúvidas...dúvidas...tenho muitas dúvidas.

Alguns materiais que podem nos ajudar a refletir são
Indagações sobre currículo 
Educação escolar e cultura(s): abrindo caminhos

Relato do encontro do dia 04/04/2012

Presentes:
Andréia, Edna, Janey, Mafê, Regina, Simone e Vanessa.
Esperávamos pela presença do professor Clécio - que não pôde estar conosco.
Dedicamos o encontro à leitura das inúmeras postagens feitas pelas participantes do grupo:
Andréia, Mafê e Simone.
Entre aranhas, lagartixas e outros bichos (rsrs!) - mais uma vez nos deparamos com indagações sobre como conseguirmos atender aos conteúdos propostos pelas Diretrizes...
Regina fala das inúmeras mudanças que presenciou no bairro, na escola, na sociedade (ao longo dos últimos 20 anos): vemos que a escola melhorou (em termos materiais), as famílias tem + poder aquisitivo... Mas as dificuldades em alfabetizar, de conviver pacificamente (sem agressões, sem violências) permanecem...
Regina diz que se aposentará no próximo ano, mas como ainda não conseguiu encontrar uma "receita" para estes problemas, deixará esta missão para as "mais novas"...
Mafê fala das tantas crianças com suas diferentes questões (falta de limites, ausência de apoio familiar, excesso de violência, agressividade)...
E do grande esforço que ela têm empenhado em “ouvi-los”, propor atividades diferenciadas...

Este relato foi escrito pela Janey no dia 04/04/2012 e está sendo postado hoje, 14/04/2012 - devendo ser editado pelos demais participantes do grupo - conforme combinado no último encontro (do dia 11/04). 

O que faz você feliz?

Há cerca de duas semanas as Professoras Mônica e Claudinha passaram pelas salas das turmas da manhã, juntamente com as meninas que participam do Projeto Reciclando com Arte, para pedir a colaboração dos pequenos em trazer para a escola pilhas e baterias usadas para o descarte adequado.
Encontrei aí um bom motivo para a produção de um texto com real uso social, para além das atividades escolares diárias que muitas vezes não fazem relação com a vida das crianças.
Geralmente os pequenos esquecem os recados que devem dar a família e um bilhete ou um folheto informativo se faz necessário.
Propus a turma então que coletivamente escrevêssemos um texto para lembrar as famílias de guardar as pilhas e baterias usadas para jogar na escola e não no lixo comum.
Com esta turma toda proposta é muito bem aceita.
Alguns dias depois comecei a aula relembrando a tarefa do texto com o qual nos comprometemos com as professoras.
Um dos meus alunos, o Emanuel, é um menino que desenha muito bem, pois sempre recorre a detalhes e a incorporar na ilustração elementos que surpreendem a todos.
Enquanto fazíamos o texto coletivo, pedi que Emanuel então pensasse e fizesse um desenho que fosse adequado para a informação que precisavámos transmitir.


Em casa formatei o folheto e para mim nada mais natural do que registrar a autoria da produção, tanto do texto escrito quanto da ilustração.
No entanto, a reação provocada foi muito além do que eu esperava.
No final da aula quando entreguei o folheto a todas as crianças para que levassem para casa, o Emanuel veio até mim e disse:
"- Pro., você colocou meu nome aqui?"
Eu disse que isso era lógico (pelo menos para mim) porque sempre que produzimos algo, temos que colocar o nome de quem fez.
Com um largo sorriso em seu rosto, colocou o papel de encontro ao peito como se fosse a coisa mais valiosa e querida do mundo, disse que não via a hora de chegar em casa para mostrar a sua mãe e em seguida me deu um forte abraço em forma de agradecimento.
Fiquei muito feliz em ter ajudado este menino a se sentir importante, participando de algo que toda a escola teria acesso e se reconhecendo como autor, no entanto acredito que conhecendo a sua família como conheço,  o crédito desta alegria também é dela, porque são pais que ouvem, pesquisam, respondem e discutem as atividades produzidas na escola dando muito valor a curiosidade e criatividade de seu filho.
Parece que é mais fácil falarmos sobre aquilo que não dá certo e que nos leva a dúvidas constantes. Mas com certa frequência consigo ouvir também acontecimentos que nos motivam e nos fazem mais felizes.
O Emanuel ficou feliz em ver seu nome escrito no papel.
Certamente sua família ficou feliz ao vê-lo tão alegre.
Eu fiquei feliz por ter ajudado a produzir esta alegria.
Agora me diz, o que faz você feliz?

                                                                             Simone Franco

domingo, 8 de abril de 2012

Relato da minha turma

A turma é um pouco agitada, as vezes atrapalhando o andamento das atividades e a transmissão dos conteúdos. Muitos alunos são lentos na realização das atividades e outros rápidos até demais. Preciso ter muitas atividades para os rápidos e não deixar de contemplar os mais lentos.

Tenho alunos escrevendo e lendo tudo, outros escrevendo palavras simples e começando a construção de frases, outros sabem todo o alfabeto e estão começando a escrever palavras simples, outros sabem um pouco do alfabeto e outros que não sabem nem as vogais, copiam apenas o seu nome sem nenhuma leitura das letras. Fica muito difícil trabalhar com uma turma assim.

Não existe mais esta historia de seguir com a turma para dar continuidade ao trabalho, a turma que se forma no ano seguinte não se parece em nada com a do ano anterior, recebemos alunos no 2º, no 3º, no 4º... ano sem ter freqüentado o 1º ano, sem conhecer o alfabeto, e pior ainda sem saber o que é letra. Recebemos também alunos de escolas próximas e de outros Estados, na maioria das vezes os que recebemos não estão no mesmo nível de aprendizagem dos que alfabetizamos. A rotatividade de crianças é muito grande, vão e vem a todo instante, vão os alfabetizados e vem os para alfabetizar.

Nesses vinte anos que trabalho como professora na Rede Municipal de Campinas, sendo dezoito deles na Escolinha Branca (nome carinhoso da Escola), muitas mudanças aconteceram, mudanças estas para melhor, a escola ficou bonita e bem equipada, o poder aquisitivo das famílias do bairro melhorou bastante, os profissionais da educação e os governantes tentaram e continuam tentando criar novos caminhos, no entanto parece que estamos caminhando em passos de tartaruga, não conseguimos dar conta de toda essa demanda e alunos continuam saindo da escola ou terminando o Ensino Fundamental sem estarem alfabetizados.

Tentamos achar os culpados: os pais que não cuidam das crianças? Os professores que tentam ser de tudo um pouco? Os gestores que vivem apagando incêndios? Os governantes que estão preocupados apenas com seus interesses? A sociedade violenta, desumanizada e sem valores? Quem são os culpados? Estamos longe de saber, enquanto isso temos nossos alunos para ensinar, alfabetizar! O que fazer? Estudar? Pedir ajuda? Chorar? Vou tentando tudo que sei e que estou aprendendo... Onde vou chegar? Não sei!

Regina Vasconcelos

terça-feira, 3 de abril de 2012

Os bichos

Ai Jesus!
A aranha, a lagartixa, e quantos outros pra nos fazerem lembrar que somos nada, ou somos tudo?!...
Fiquei meio desesperada com os relatos da Simone e da Mafê. Ando meio descontrolada esses dias. Acho que estou precisando me tornar um inseto, para, quem sabe, na minha insignificância, achar minha importancia na vida dos meus alunos. O que realmente importa? ... Como já lembramos outras vezes: onde ficamos na vida dessas crianças? Que importancia temos? Será que vale a pena? Aaahhhhh! Quantas questões...

Planejar? Pra quem? Para quê? A musica, ou as musicas, as moralidades, os valores,...

Bom, estou só retornando. Pra relaxar um pouquinho to colocando um link de uma violonista japonesa, Kaori Muraji, se der, assistam, ou ouçam um pouquinho enquanto trabalham. Também tem uma dupla brasileira: Siqueira e Lima. O novo para nós também.

Pensando, pensando, pensando,...

Andréia

A lagartixa




Mafê, 17/09/2011 

Eu já estava sensibilizada e com o olhar desanuviado por alguns acontecimentos importantes na semana: como ver Josias dançando break e fazendo o maior sucesso!

Jô, dá um trabalhão vez por outra: chora aos gritos, tampa os ouvidos e vira “estátua” quando quer algo que não pode ter na hora.

Algo surreal, só vendo... Faltou muito, muito até semanas atrás. A mãe pediu demissão do emprego para diminuir as faltas dele. Josias tem melhorado desde então, mas...

Em situações em que é contrariado, depois de chamar atenção para si, de alguma forma, costuma abrir-se para a conversa quando chamado ao diálogo comigo e só comigo. Quando digo, por exemplo ( e geralmente longe do grupo):

- É a prô que está aqui... para de fazer isso, pois me machuca... O que eu te fiz? Mereço chute? Mereço que você me ignore?...

Daí começam a lembrar dos motivos da braveza e consigo ( na maioria das vezes, mas nem sempre) conversar calmamente com ele.

Jô, estava fora da sala, tinha saído para beber água, quando ouço um “forfé” no corredor.

Abro a porta e dois meninos o seguravam pelos braços, enquanto ele se debatia.

Pedi que o soltassem e eles me disseram que Josias jogava pedras no teto e que assim quebraria as lâmpadas.

Os dispensei e disse que Josias me contaria o que estava acontecendo.

Jô, com voz e olhar baixos, percebendo que fez besteira, disse:

- Eu estava tentando acertar perto da lagartixa prá ela ir comer os mosquitos! Eu não ia acertar a lagartixa!

E me levando até a lixeira da sala bateu, bateu até subirem muitos mosquitinhos...

Eu, sem saber o que dizer, falei:

- Senta, Jô, senta...

Como eu explicaria que basta trocar o sanito do cesto? Afffff... Tão mais legal ir buscar uma lagartixa! E a turma já me solicitava. Dei por encerrado o assunto da lagartixa.

E mais uma vez pensei, que poderia ter dado uma bronca enorme nele se não o tivesse ouvido. Tem sido difícil manter a “espinha ereta e o coração tranquilo” para ouví-los em meio à tanta violência...

É um exercício constante, a cada minuto, lembrar que entender as lógicas de ação deles para organizar e reorganizar o trabalho é a minha prioridade número UM!
Estou há dias tentando escrever sobre as questões que me perseguem ao longo desdes 6 anos vivenciando a escola de 9 anos e o ciclo da Escolinha Branca. Sem saber ao certo aquilo que mais me aflige, porque sabemos quantas são as perguntas, críticas e conflitos vividos cotidianamente, encontrei outro dia junto com a Mafê uma bela arquitetura construída na porta da minha sala.


A Aranha do destino
Fernando Pessoa

A aranha do meu destino
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.
É que a teia, de espalhada
Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada
Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro...
Sou presa do meu suporte.



Minuciosa como somente as aranhas são, observamos que ela já estaria por ali há certo tempo, pois além de sua magnífica teia, um saco de ovos fora depositado cuidadosamente no centro de sua construção.
Comecei a pensar quantas vezes passei por ali e nem percebi que havia uma engenheira séria e compenetrada em seu trabalho, que em meio aos ruídos escolares, ao abrir e fechar de portas e ao olhar displicente de todos, se dedicava aquilo que fora criada para fazer.
Da mesma forma, pensei o quanto muitas vezes passo displicentemente por “nossos” alunos sem atentar aquilo que elaboram e constroem, muitas vezes sem conhecê-los muito bem, muitas vezes sem conhecer suas histórias ou conhecendo-as e julgando-os por isso mesmo.
O andar apressado pelos corredores, as diversas demandas que tento atender a todo tempo, as histórias que não paro para ouvir e o olhar deixado perdido que não encontra o olhar do outro.
É isso mesmo, o tempo, que não temos e que não conseguimos nos organizar para conquistá-lo, as vezes por não julgarmos importante, as vezes por estarmos cansados demais, as vezes pela falta de “TEMPO”.
Fazer de um coletivo escolar um ambiente no qual o trabalho coletivo realmente aconteça, o tempo e o espaço sejam repensados, valorizados, as histórias sejam ouvidas, os olhares trocados, as construções, elaborações mais delicadas sejam percebidas... Talvez assim como a aranha, este seja o trabalho que fomos talhadas pelo destino a fazer e quem sabe juntos neste grupo possamos começar a caminhar nesta direção.


Por Simone Franco

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Relato do Encontro de 28 de março

Neste encontro, estavam presentes: Andréia, Edna, Janey, Mafê, Regina, Simone e Vanessa.
Registro feito pela professora Vanessa:
Inicialmente, explicações sobre o blog e sobre os passos das postagens foram feitas para a professora Edna, que não estava no grupo ano passado.
Uma leitura coletiva do registro do encontro anterior, feito pela professora Mafê, foi feita a fim de retomarmos as atividades propostas. Levanto, agora, algumas das questões daquele registro e que gostaria que refletíssemos, em breve, mais sobre elas: (1)Qual é a relação entre as festas na escola e a cultura local? (2)O que é o mínimo para ser trabalhado na escola com nossos alunos? (3)Como trazer a questão identitária de nossos alunos para o centro de nosso trabalho? (4)Como construir um currículo sensível?
Ao final da leitura, a professora Mafê propôs um exercício: tomarmos o Festival de Música, que ocorre todos os anos em nossa escola e que este ano será no mês de novembro, como um foco para pensarmos e refletirmos sobre essas questões identitárias. O exercício constitui em cada professor analisar o seu planejamento anual e tentar relacioná-lo com o festival.
A proposta deste exercício, cujos resultados devem ser expostos no próximo encontro, agradou a todos os participantes.
A sugestão de desenvolver vídeos com os nossos alunos, feita anteriormente pelo professor Clécio, foi muito elogiada. A professora Edna acha interessante porque é também mais uma utilidade para a sala de informática da escola, sendo, portanto, uma nova ligação do aluno com o ambiente escolar. A professora Vanessa contou que já fez um vídeo com alunos no ano de 2010, por ocasião do curso Pedagogia da Imagem, e que gostou muito dessa experiência.
Por fim, o Festival de Música foi novamente lembrado, pois é importante garantir o seu espaço no planejamento de todos os professores, o que fica difícil se houver muitas outras atividades da escola no mesmo período. "O papel do professor não é só valorizar a cultura local, mas também orientar"(Edna).

quarta-feira, 28 de março de 2012

Um relato puxa outro

Um relato puxa outro

Mafê, quantas questões me passaram pela cabeça lendo seu texto. Quando enfrento os meus (nossos) problemas ou dificuldades em sala de aula, fico agoniada ao perceber, na minha perspectiva, que poucos na escola os têm. Será verdade ou são colegas que já estão saturadas de buscarem soluções, orientações, encaminhamentos e “fracassaram”?
Quando cheguei ao São Marcos, recebi uma classe muito especial, na verdade com um aluno muito especial e a professora me procurou contando sobre o aluno, sobre os motivos que a levaram a trocar de turma, o que pude verificar rapidamente. Vi as razões do seu desânimo e convive com a turma, contornando surtos agressivos, vocabulário ofensivo, cusparadas, etc, precisando até da ajuda do guarda, você (s) se lembra (m)? Outros momentos este menino era doce, meigo, poucos acreditavam. No ano seguinte findou tacando fogo na casa e por aí continuou a história deste garoto.
A mãe, não sabia mais o que falar, vinha correndo do Ceasa, ouvia, lastimava não saber mais o que fazer, chegando a relatar que apanhava dos filhos! O que mais ouviríamos se continuássemos questionando esta mãe?
Hoje no horário de saída das crianças, procurei duas mães para comentar sobre os cadernos de lição de casa e um dos alunos mostrou o primo. Fui a sua direção, no meio da rua desviando de motos e já dando o recado. O adolescente me olhou nos olhos, abriu um franco sorriso e falou: “Edna, não se lembra de mim?” Reconheci aquele sorriso meigo, gostoso e nos abraçamos, conversando rápido sobre nossas vidas. Era o D, aquele menino que muitas vezes agrediu a todos nós e que talvez continue dando trabalho à tarde. Conto tudo isso porque naquele momento da identificação, só houve boas lembranças, acredito que resultante de todas as tentativas, até as fracassadas de modificá-lo ou talvez ajudá-lo. Senti uma grande alegria e um gostoso sentimento de dever cumprido, acreditando que apesar de tudo devemos continuar investindo no aluno, lembrando que preparamos também para o futuro e talvez as condições de vida atuais não permitam que demonstrem suas verdades.

Edna

COMENTANDO PUBLICAÇÃO DO DIA 20/03/2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

Registro do Encontro de 21/03

Estávamos presentes: Andréia, Clécio, Edna, Regina, Vanessa , Janey e eu - Mafê - responsável por este registro (com apoio das anotações feitas pela Janey durante o encontro.)
Começamos nosso encontro "conhecendo" um pouco mais das festas juninas de Olinda, por meio das memórias narradas por Clécio e pelo encantamento de Edna pelos vídeos que ele posta no facebook. Discutimos sobre a maneira como vemos nossos alunos relacionando-se com as festas da escola... qual a relação entre estas e a cultura local... 
Comentamos a postagem de algumas reflexões que fiz ontem, no blog.
Todos quiseram saber do "caso" que suscitou meu escrito em diálogo com o texto das diretrizes. Eu quis destacar que o "caso" foi apenas um exemplo de tantos... infelizmente e que minha grande questão estava posta no diálogo com a diretriz e com nossos anseios: o que é o mínimo a ser trabalhado na escola: para nós, para alunos e alunas e para famílias... principalmente das vítimas de violência e mais vulneráveis socialmente.
Edna escreveu um texto, mas não postou. - o que fará em breve.
Comentou seu escrito - que levou impresso - conosco, trazendo um fato ocorrido no portão da escola nesses dias: quando um ex-aluno que colocou-se como desafio grande para escola nos anos em que a frequentou, a reconheceu e a abraçou com alegria. Alegria retribuída pela emoção de Edna que constatou o vínculo criado entre eles, por meio do trabalho, do afeto e dos conflitos que fazem parte do cotidiano... e que com aquele aluno eram marcantes pela violência com que ocorriam.
E discutimos sobre qual espaço que temos para um trabalho que valorize e ajude na constituição identitária de nossos alunos e alunas.
Clécio defende que o espaço está dado: a escola... no tempo em que permanecem conosco.
Nos questionamos: como colocamos questões importantes para nossos alunos e alunas no currículo trabalhado em aula?
de que forma podemos construir um currículo sensível voltado para as questões trazidas pelos alunos?
Vanessa comenta que consegue enxergar as histórias que meninos e meninas carregam e por isso não "explodiu" em momentos em que foi agredida verbalmente e tem cuidado na maneira de se relacionar com cada um.
Comentamos que este é um dos "espaços" que conseguimos garantir para conhecê-los melhor e dialogar com cada um deles: o vínculo afetivo.
Regina conta que o fato de ter visitado o abrigo onde vivia um ex-aluno seu mudou a relação que tinha entre eles. Entendeu que ele se sentiu valorizado, respeitado... importante! Regina contou com emoção da festa de natal no abrigo, em que compareceu com sua filha e marido.
Como trazer a questão identitária para o "centro" do trabalho.
Será que promover a compreensão do que é ser criança, jovem e adulto no Jd São Marcos deveria ser a nossa "prioridade", implicada nos processos de produção cultural também no âmbito da escrita...? Isso deveria ser "o mínimo" alcançado com nossos alunos e alunas?
Lembramos do Festival de Música como um possível "detonador" desses debates. Um momento que pode ser privilegiado para repensarmos nossas propostas de trabalho na relação com o que nossos alunos e alunas trazem em suas músicas, danças... e porque não - como sugeriu Clécio - vídeoclipes?

Combinados para semana que vem: Continuar a leitura do texto e/ou debate por meio do blog para que não precisemos interromper o debate iniciado hoje.


Este registro é, como sempre, aberto... Será que um dia teremos registros complementados? rs... Por favor... fiquem tranquil@s, para acessar o texto e editar, por meio do login e senha.



terça-feira, 20 de março de 2012

Podemos considerar prioridades a serem desenvolvidas com as crianças no trabalho pedagógico cotidiano ?

Mafê – 20/03/2012

Democratizar a escola brasileira excludente desde sua gênese e transformá-la num ambiente em que sejam efetivamente respeitadas as possíveis diferenças entre os alunos; acolher as diferenças de desenvolvimento intelectual, de estruturação familiar, de raça, de religião e colaborar para que o ambiente escolar adquira uma configuração mais democrática são alguns dos desafios que nos são apresentados para melhorar a educação em nosso município e que pretendemos discutir neste documento. O caminho é longo quando pensamos que a escola está a serviço da construção de uma sociedade que garanta uma vida plena de possibilidades de desenvolvimento físico, cognitivo, ético e estético para todas as crianças. No entanto, ela tem encontrado dificuldades em sua tarefa de, ao menos, garantir a todos os alunos o domínio de práticas sociais e gêneros que compõem a cultura escrita contemporânea.
 (Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o
 Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos:
Um Processo Contínuo de Reflexão e Ação, p. 10 )

Entendi o escrito extraído das Diretrizes pois entendo a angústia daqueles que fizeram parte de sua produção: queremos ensinar algo pelo menos perto daquilo que aprendemos na escola ( o que não julgo de ótima qualidade em tempos passados, como insiste nosso saudosismo)... E quando pensamos “no mínimo” que a escola deve ensinar, pensamos na língua escrita e nas práticas à ela vinculadas.
Entendi... mas hoje vivi uma situação na escola que me faz pensar se  quando dizemos “AO MENOS” garantir práticas da cultura escrita, não a desvinculamos demais da necessidade de

acolher as diferenças de desenvolvimento intelectual, de estruturação familiar, de raça, de religião e colaborar para que o ambiente escolar adquira uma configuração mais democrática

                Ao fazermos o destaque do que é mínimo, mesmo sendo este mínimo tão distante e difícil para algumas crianças... Não as impedimos de alcançar “outros parâmetros mínimos” em seu desenvolvimento como pessoa?
            Digo isso, pois hoje ouvi professoras preocupadas com um aluno “nosso”.
Tinha gente falando em expulsão...
Aluno com fracasso escolar também produzido por nós... Com problemas seríssimos na vida... Sim... Tá certo... esses não produzidos por nós (escola)... Mas hoje me questionei o quanto o ajudamos a reconhecer-se como pessoa tão forte ou mais do que qualquer professor ou professora da escola e com uma história de resistência, tolerância e paciência como conheço em poucos.
            Não vou citar nomes nem dizer o queu aconteceu e como me envolvi na história desse menino que há anos já não é ”meu aluno”... Como não temos um projeto explícito para “nossos alunos”,  ele passa a ser de outro e de outra professora...
Afetivamente este aluno foi e sempre será “meu”.
            E hoje percebi que história dele se perdeu...
Da primeira série, terceira... até hoje, quase 10 anos depois... poucos ou mesmo ninguém na sala dos professores sabia da história dele.
As histórias deles se perdem... para nós... Para eles e elas também?
Se pedíssemos aos meninos e meninas do 9o. ano para escreverem suas histórias de vida e o “lugar” da escola nessa história... o que será que escreveriam?
Que História vemos nossos alunos e alunas produzirem diariamente?
Que histórias eles e elas enxergam como produzidas nas relações que estabelecem entre si... com o bairro, com a escola...?

quarta-feira, 14 de março de 2012

Relato do Encontro do dia 14/03/2012 - Com o assessoramento do professor Clécio Bunzen

Presentes na reunião:
1.      Andréia Gomes Costa (Professora do 3º ano A – Ciclo I);
2.      Janey (Orientadora Pedagógica – Manhã / Tarde);
3.      Edna Andrade Guevara Prado (Professora do 1º ano B – Ciclo I);
4.      Maria Fernanda P. Buciano (Professora do 2º ano A – Ciclo I);
5.      Regina (Professora do 3º ano B – Ciclo I);
6.      Simone Franco (Professora do 2º ano B – Ciclo I);

Conforme combinado, contamos com o assessoramento (colaboração, contribuições) do professor Clecio Bunzen[1] - que, logo no início do encontro, conseguiu minimizar a preocupação das participantes supracitadas, em relação a uma “possível exigência”, de um número mínimo de pessoas no grupo - para que houvesse os assessoramentos do professor.
Segundo o professor, o importante não é uma grande quantidade de participantes nestes encontros, e sim, a qualidade desta participação – que sejam adesões espontâneas, de pessoas que queiram desenvolver um estudo do cotidiano da nossa escola. Clécio se autodenomina como “um estrangeiro” neste 1º encontro, ou seja, como “alguém de fora”, querendo conhecer a realidade do grupo aqui reunido e, conseqüentemente, as diferentes realidades (ou “sub” realidades) coexistentes dentro de uma mesma escola.
A partir, aliás, da colocação do professor; começamos a discussão da Parte 1 das Diretrizes Curriculares: Ensino Fundamental de Nove Anos (páginas 09 a 22).
A professora Simone coloca aquilo que considerou ser um dos pontos fortes da leitura realizada: a importância da revisão da jornada dos professores na Rede Municipal de Ensino de Campinas – uma vez que, de acordo com a atual jornada e os exíguos tempos de encontros coletivos, quase nunca é possível a “tão almejada” discussão coletiva de planejamentos, ações e projetos nas escolas.
Ou seja, como vimos no encontro de hoje, há um mínimo de espaço/tempo de discussão coletiva (como o oferecido por este grupo, cujo objetivo é um encontro semanal coletivo presencial de 50 minutos, além de uma hora aula (+ 50 minutos) à distância, utilizando o blog[2]. Apesar da dificuldade para “cavarmos” este espaço, há um grande número de profissionais dos outros períodos (tarde/noite), que se vêem impossibilitados de participar destes encontros, por conta de outros compromissos (dupla jornada de trabalho, etc.) já assumidos.
Além da jornada dos profissionais da educação municipal de Campinas (e de outras redes brasileiras), falamos sobre a necessidade urgente de mudanças na forma de organização dos tempos e espaço da escola (conforme mencionado no parágrafo anterior) – de modo que estes propiciassem maiores discussões/ trabalhos verdadeiramente coletivos.
De acordo com a atual jornada (e planos de carreiras), o único tempo/espaço verdadeiramente coletivo (TDC – Trabalho Docente Coletivo), de 02 horas-aula (ou 01 hora e 40 minutos/relógio) é “massacrado” por questões burocráticas, informes, recados da secretaria/equipe gestora... Enfim, por questões que vão “além” de um tempo de discussão/planejamento coletivo – o que faz com que cada professor vivencie uma “realidade”; desenvolva um “trabalho solitário”: “fechando a porta da sua sala de aula e lutando/enfrentando (tentando solucionar) à sua maneira com os problemas existentes naquela realidade” (como colocaram as professoras Edna e Regina).
Os tempos destinados à CHP (Carga Horária Pedagógica) e TDI (Trabalho Docente Individual) são cumpridos com o exercício de atividades de “Reforço Escolar” junto àqueles alunos que exigem atenção/tempo individualizado (por terem dificuldades na aprendizagem) e/ou atendimento aos pais destes alunos (que, muitas vezes, são convocados a comparecerem na escola por causa do número excessivo de faltas/ausências do filho, etc.) – impedindo, também, dedicação destes professores aos estudos e/ou formação continuada.
Clécio questiona a “autonomia da escola” para criar, lutar pela criação de mais encontros coletivos de estudo/trabalho e a mobilização desta no Projeto Político Pedagógico (para que este possa exercer sua força) – mas que, infelizmente, não vem sendo exercido adequadamente em nossa escola nos últimos anos (e exigiria um consenso por parte das equipes docente, gestora, discente e comunidade em geral, sobre o que é mais importante para a escola).
Clecio colabora com algumas sugestões, que, talvez, melhorassem este “fazer solitário” dos professores, tais como a criação de coordenadoras por ciclo/ano, ou seja, pessoas que se responsabilizassem pela coordenação do trabalho pedagógico desenvolvido num determinado ano (mediante pagamento de horas projeto – HP); que estas se reunissem semanalmente e/ou quinzenalmente (fora dos tempos pedagógicos já citados) com a orientadora pedagógica (daquele determinado período), para socializarem, trocarem, exporem (às demais coordenadoras dos anos/ de ciclo e à orientadora pedagógica) os conteúdos, atividades, passeios (estudos do meio) previstos, planejados para aquelas classes – algo que evitaria, por exemplo, a repetição de conteúdos já trabalhados.
Discutimos também, a questão “do quê” vem sendo trabalhado com nossas crianças na educação infantil; a necessidade de troca/ discussão coletiva entre os diferentes segmentos da rede: infantil x fundamental I (Ciclos I e II, 1º ao 5º ano) x fundamental II (Ciclos III, IV; 6º ao 9º ano).
Devido ao término do tempo do encontro e à impossibilidade da presença do professor Clécio no encontro do dia 28/03, ficou combinado para o próximo encontro (21/03/2012) a retomada da leitura da Parte 1 das Diretrizes Curriculares: Ensino Fundamental de Nove Anos (páginas 09 a 22) – novamente com a presença  do professor Clecio Bunzen.



[1] Graduação em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (2002) e mestrado (2005) e doutorado (2009) em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente, é professor do curso de Pedagogia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Atua como docente no Programa de Pós-Graduação em Lingüística da UFSCAR, na linha de pesquisa "Ensino e aprendizagem de língua". Tem experiência na área de Lingüística e Lingüística Aplicada, com ênfase em Ensino Aprendizagem de Língua Materna, atuando principalmente nos seguintes temas: livro didático, letramento escolar, ensino da leitura e da escritura, conhecimentos lingüísticos e gêneros do discurso. Tem experiências com formação continuada de professores de Educação de Jovens e Adultos, Ensino Fundamental I e II e Médio. Seu projeto atual de pesquisa é sobre produção, perfil e usos dos livros didáticos de alfabetização, aprovados no PNLD-2010.
Relato escrito pela orientadora pedagógica Janey Silva

REGISTRO DO ENCONTRO DO DIA 07/03/2012

Início dos encontros de 2012

Presentes na reunião:
1.      Andréia Gomes Costa (Professora do 3º ano A – Ciclo I);
2.      Janey (Orientadora Pedagógica – Manhã / Tarde);
3.      Edna Andrade Guevara Prado (Professora do 1º ano B – Ciclo I);
4.      Maria Fernanda P. Buciano (Professora do 2º ano A – Ciclo I);
5.      Regina (Professora do 3º ano B – Ciclo I);
6.      Simone Franco (Professora do 2º ano B – Ciclo I);
7.      Vanessa Paola Rojas (Professora de História – Ciclos III, IV e EJA);

Conforme registro realizado neste blog[1], em 25/11/2011, temos discutido a proposta de continuidade de estudos do grupo com ASSESSORAMENTOS QUINZENAIS do professor CLÉCIO BUNZEN – que atuou (em 2011), diretamente junto aos componentes do grupo/equipe de construção das DIRETRIZES CURRICULARES DOS ANOS INICIAIS.
Através de contato realizado em janeiro de 2012 pela orientadora pedagógica Janey Silva com o professor Clécio, este demonstrou grande interesse em participar destes assessoramentos quinzenais e discutir o cotidiano da nossa escola – tanto, que o professor já esteve presente na U.E em FEVEREIRO de 2012 – trazendo consigo uma possível proposta de desenvolvermos, a partir deste grupo de estudos, um convênio com a UNIFESP (universidade da qual Clécio faz parte) – para um curso de extensão.
Para maior participação dos professores dos Ciclos III, IV e EJA – que atuam em outras U.Es e não tem disponibilidade de horário para participar dos encontros presenciais às QUARTAS-FEIRAS, das 12h00min às 12h50min, estamos estudando a possibilidade de uma outra turma, às terças-feiras, das 18h30min às 19h20min (algo que será discutido entre a orientadora pedagógica tarde/noite – Luciane Brenelli – e o professor Clécio Bunzen; que estará em nossa escola no encontro da próxima semana – no dia 14/03/2012). De qualquer maneira, demos início ao encontro de hoje seguindo a seguinte proposta (cujo registro constará no Adendo ao PROJETO PEDAGÓGICO de 2012):
·         ENCONTROS PRESENCIAIS NA SALA DE INFORMÁTICA DA ESCOLA, às QUARTAS-FEIRAS, das 12h00min às 12h50min e 01 hora-aula (de leitura/estudos e/ou postagens no blog), à distância, via internet.
A orientadora pedagógica propôs ao grupo iniciar os estudos a partir da leitura do Capítulo 1 – “Ensino Fundamental de Nove Anos” das Diretrizes (páginas 09 a 22) – conforme sugerido pelo professor Clécio.
Entretanto, algumas sugestões dadas por parte das professoras durante o encontro também poderão ser discutidas com o professor. Dentre tais sugestões, a da professora Maria Fernanda (Mafê), de “casar”, unir as idéias de discutirmos a “ALFABETIZAÇÃO”, do 1º ao 9º ano, com professores dos três períodos em que a escola funciona (manhã / tarde e noite), associando tais discussões à leitura das Diretrizes – foi a que obteve apoio unânime das participantes. Outra sugestão estaria relacionada ao Seminário de Práticas Educativas das U.E.s do NAED Norte (previsto em Calendário, para que ocorra em nossa escola no dia 20/08/2012 – segunda-feira).
Segundo a sugestão do grupo, este seminário poderia configurar-se como um espaço de socialização das discussões – uma vez que, neste dia, estarão presentes professores de todos os períodos.
Devido ao fim do tempo destinado ao encontro, combinamos a leitura supracitada (Capítulo 1 – “Ensino Fundamental de Nove Anos” das Diretrizes (páginas 09 a 22) – a fim de socializarmos a leitura e discutirmos coletivamente, com a colaboração do professor Clécio – que estará presente no encontro do dia 14/03/2012.



[1] http://gtcurriculopadrenarciso.blogspot.com/

Relato escrito pela orientadora pedagógica Janey Silva