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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

COMO VEJO MEUS EDUCANDOS

Autora: Vanessa Fernandez

São adolescentes de 12 a 16 anos, plenos de energia e alegrias, em sua maioria. Curiosos em aprender História, não são muitos. Adolescência é a fase em que estão descobrindo sentimentos novos e, por isto, por vezes percebo que qualquer caso de amor/paixão/paquera é mais interessante do que estou tentando explicar!
Nesta escola em particular, entre outras, é a fase também, para muitos, de amadurecimento social, na qual ingressam no mercado de trabalho devido a uma responsabilidade precoce em assumir o papel social do adulto. Dentre estes, alguns tem a função de manutenção da casa/família e outros somente para valores materiais pessoais/coletivos (a compra de um tênis Nike original, um boné ou óculos da Oakley, um celular moderno, um videogame, um computador, a mensalidade da Internet...). O trabalho reflete na sala de aula: muitos desistem de estudar porque é difícil conciliar os estudos com o trabalho, há aqueles que não desistem, mas que faltam muito às aulas, ou os que conseguem ser assíduos, mas estão cansados, e, por fim, aqueles em que o trabalho não prejudica o rendimento em sala de aula. Há também aqueles em que o trabalho provoca mudanças no comportamento diário, porque agora são mais maduros/responsáveis, e aqueles em que a responsabilidade de adulto não tirou a meninice da adolescência!
A agressividade também é algo que permeia o cotidiano escolar: muitos adolescentes não aceitam ser repreendidos e “respondem” ao professor, algumas vezes brutalmente, o que machuca pessoalmente e pode acabar com o meu dia! Procuro pensar que algumas expressões são normais para eles e conversar sempre tem sido a melhor saída...
Apesar da agitação geral, consigo “controlar” a sala e vários são os dias em que saio feliz porque acho que consegui dar uma boa aula... Inovações são introduzidas: além da sala de aula, na qual há a lição na lousa, as explicações, a leitura dos livros didáticos e textos por mim selecionados, questões, trabalhos em grupos... utilizo a biblioteca, a informáticas para pesquisas, a sala de vídeo para passar “filmes históricos”, materiais diversificados como confecção de cartolinas e, a exemplo de algumas professoras, já estou pensando num blog... As avaliações trimestrais, no entanto, em sua maioria, não me mostraram bons resultados...

Postado por Simone Franco

domingo, 21 de agosto de 2011

Procurar saber (se) perguntando...

Tenho me perguntado o quanto vale a pena estarmos reunidas para discutir o currículo em nossa escola. Será que todas nós realmente acreditamos que é preciso rever este currículo? Ou será que acreditamos que já fazemos o nosso melhor, que já tentamos todas as opções de ação para ajudar esta ou aquela criança e que por isso nada mais pode ser feito?
Aproveitar este tempo que temos para conhecer os olhares e práticas que nossos parceiros desenvolvem na escola, sem “pré-conceitos”, mas aprendendo junto e revendo nossos olhares é fundamental para alcançarmos a escola que desejamos ser melhor.
Não é possível continuar acreditando que apenas um “método”, um olhar, uma ação atende a todas as nossas expectativas, a todas as necessidades de aprendizagem de nossas crianças, a escola é muito mais que isso. Ela se faz em um emaranhado de olhares, expectativas e ações que devemos conhecer, discutir, refletir, rever e replanejar constantemente. Fazer este trabalho sozinho, isolado em nossas salas de aula, sem contar com o olhar do outro e sua voz me deixe realmente sem perspectiva de melhora.
Particularmente acredito que a escola que vivo hoje me obriga a repensar o currículo que desenvolvo, as práticas que escolho para este ou aquele grupo, os conhecimentos selecionados a ensinar, a maneira como vejo minhas crianças e principalmente as intervenções que realizo no encontro de todas estas questões.
As crianças que chegam a escola carregam várias certezas impostas sobre elas pela sociedade, pela família, pela escola e por nós educadores, que muitas vezes a impedem de acreditar serem capazes de vivenciar o aprendizado proposto pela própria escola e não construído no encontro dessas novas mudanças que a sociedade que vivemos nos impõe.
Eu sei, cada vez mais chega a nossas mãos mais questões a serem encaradas e teoricamente resolvidas, questões que a escola de antigamente não trazia tão claramente e que se dizia mais capaz que a de hoje,...a família já não é a mesma, os aprendizados tem se acumulado, as necessidades de atenção e orientação são cada vez maiores. Mas o que podemos fazer?
Uma coisa já estamos fazendo, estamos dedicando tempo de nosso cotidiano atribulado para juntas conhecer e repensar o currículo vivido na Escolinha Branca, estudamos, escrevemos, desabafamos e a oportunidade de compartilhar esta experiência só faz sentido a partir do momento que podemos trazer outros membros da escola para esta discussão, para esse parar e refletir.
Deixar a sensação de impotência de lado que muitas vezes nos incomoda é trazer o nosso cotidiano para o olhar de um grupo que se propõe a construir algo melhor, e fazemos muito, algumas vezes acertamos outras não, mas estamos começando.
Tenho o velho hábito de usar o dicionário para clarear minhas idéias a cerca de palavras que não uso constantemente e que de uma hora para outra se torna presente em minha vida. Recorri ao Larousse e procurei a palavra indagar,...”1.Procurar saber, perguntando. – 2.Investigar, fazer por descobrir, averiguar. – 3.Esquadrinhar, explorar.”
Então vamos lá: Como posso ser um educador mais feliz?, Como posso fazer minhas crianças gostarem mais de aprender? Como posso fazê-las acreditar que são capazes?
Posso perguntar a mim mesma tudo o que preciso, mas acredito que a resposta, só será possível construir no encontro de nossas várias vozes, olhares, práticas e e porque não dizer, esperanças.

“Pensar que a esperança sozinha transforma o mundo e atuar movido por tal ingenuidade é um modo excelente de tombar na desesperança, no pessimismo, no fatalismo. Mas, prescindir da esperança na luta para melhorar o mundo, como se a luta se pudesse reduzir a atos calculados apenas, à pura cientificidade, é frívola ilusão. Prescindir da esperança que se funda também na verdade como na qualidade ética da luta é negar a ela um dos seus suportes fundamentais. O essencial como digo mais adiante no corpo desta Pedagogia da esperança, é que ela, enquanto necessidade ontológica, precisa de ancorar-se na prática. Enquanto necessidade ontológica a esperança precisa da prática para tornar-se concretude histórica, É por isso que não há esperança na pura espera, nem tampouco se alcança o que se espera na espera pura, que vira, assim, espera vã.”
Paulo Freire na apresentação do livro “Pedagogia da Esperança”, Editora Paz e Terra, 1997.

Escritos por Simone Franco.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mudaram-se os tempos, mudaram-se as vontades (de quem)?

SILMARA RODRIGUES
Essa é a primeira vez que me proponho a comentar criticamente um tema pedagógico. O assunto: currículo. O texto: Educandos e educadores: seus direitos e o currículo, de Miguel Arroyo.
Vamos lá: o currículo, então, é a base de todo o planejamento escolar. É em torno dele que se estrutura toda a organização da escola, desde horários e conteúdos até a relação professor-aluno e a diversificação estabelecida entre os professores (responsáveis por disciplinas encaradas como menos ou mais “importantes”, por exemplo). Além disso, o currículo deve ser construído coletivamente, por professores, gestores, e motivado pela diversidade dos novos educandos.
Arroyo destaca, reiteradamente, que a constituição identitária do educador na atualidade tem proporcionado questionamentos acerca de seu papel como trabalhador da educação, de suas práticas, bem como do perfil do educando. E é exatamente o olhar para o educando que motivaria a necessidade de repensar o currículo, já que a estrutura escolar – ordenada pelo currículo – conforma os alunos – e também os professores e gestores, acrescenta – em “protótipos legitimados”, isto é, categorias de sujeitos, figuras próprias do universo escolar, mas que se consolidam para além desse universo, de forma até mesmo estereotipada.
            Concordo com ele quando enfatiza que o currículo deve ser fruto de uma reflexão coletiva, e nem poderia ser de outra forma, já que diz respeito a todos os profissionais e frequentadores do espaço escolar. Coerente, também, é construí-lo com um olhar voltado para os educandos e, portanto, privilegiando tanto o conhecimento de per si quanto sua ordenação, tempo e espaço apropriados e possíveis.
            Atribuir, no entanto, o “mal-estar nas escolas” a uma mera rigidez de interpretação no que se refere ao tempo de aprendizagem do aluno é subestimar a capacidade de reflexão de todo um corpo docente e gestor – e dos quais fazem parte inúmeros profissionais em constante contato com novas formas de aprimorar seus conhecimentos e práticas.
            É bem verdade que, a partir do momento em que aceitamos a emergência de novas subjetividades – isto é, em termos de uma percepção realmente consciente do fenômeno, já que este inevitavelmente se impõe e guia as relações, mesmo não nos dando conta disso – precisamos elaborar outras formas de interação, mais condizentes com as novas expectativas dos novos sujeitos. Mas, pergunto-me se este é o principal fator das indisciplinas que enfrentamos nas escolas – bem diferentes do simples desinteresse e das “conversas paralelas” à aula. Nesse caso, estaríamos falando de um choque de gerações com repercussões bastante ampliadas do que foram no passado. E para a crença de que a escola se firmou como a instituição mais conservadora de todas, essa é uma boa notícia, uma vez que o conflito de valores entre educandos e educadores só parece estar levando a uma reorganização que torne a escola um ambiente agradável para o estímulo ao desenvolvimento do aluno.
Pelo menos esse é o interesse que vejo nas reuniões das quais participo, nas quais têm se repetido três questões mais ou menos constantes, e que percebi nortearem o texto de Arroyo: o que ensina a escola?, como ensina a escola? e para que ensina a escola?
As duas primeiras perguntas costumam ser as que mais ocupam os tempos de discussão e em torno das quais giram as propostas de mudanças. Mas talvez seja a última que precise ser esgotada em suas significações. Afinal, qual a finalidade do ensino atualmente? Estão sendo formados alunos para o mercado de trabalho? Estão sendo formados para a vida? E qual vida? O aprofundamento dos conteúdos tem dado conta dessa formação, seja ela qual for?
            Se o dinamismo atual suplanta o aprofundamento, a aula deveria, então, ser tão dinâmica e superficial quanto todo o resto... Se a imagem é o centro das atenções, a aula deveria ter uma forma que prevalecesse sobre o conteúdo...
            Por fim, parece que compliquei mais do que expliquei. Não estou tão otimista quanto aos novos passos da educação (por si só perdida entre modismos pedagógicos e desventuras curriculares) e tenho me lembrado de Saramago, desencantado com a falta de interesse pela leitura. Meu desencanto tem ido um pouco além: triste realidade quando se precisa estimular alguém a querer aprender.
            Ou talvez essas sejam apenas considerações próprias da representante de uma geração cujas vontades não correspondam mais ao mundo atual.

REFERÊNCIAS
GONZÁLES ARROYO, Miguel. Indagações sobre currículo: educandos e educadores: seus direitos e o currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008, p. 17-23.

Mas também tem um pouquinho de Tudo o que é sólido desmancha no ar, de Marshal Berman, O declínio do homem público: as tiranias da intimidade, de Richard Sennett, além de Camões...

domingo, 8 de maio de 2011

EDUCANDOS E EDUCADORES: SEUS DIREITOS E O CURRÍCULO

Acabei de ler o item proposto para leitura e estudo sobre “Educadores indagam o Currículo”, e aqui vai a minha participação de que eu acho a respeito do tema.

Quando se fala que nosso sistema educacional, a estrutura das escolas é: rígida, disciplinada, normatizada, segmentada, em níveis, série, estamentos e hierarquias.
 Eu discordo em grande parte, porque se fosse assim, não teríamos os afrontamentos constantes de alunos com os professores, tanta indisciplina dentro da unidade escolar, e tão pouca valorização profissional, bem como a falta de professores.

No item nº. 4, quando se pergunta: se as indisciplinas e os desinteresses teriam contribuído com os conteúdos da docência, com os processos de aprendizagem, com a organização escolar e curricular?
Diria que não, acredito muito na família e sabemos que a família é à base da educação dos filhos. Se os pais não tiverem interesse, participação, responsabilidade, mantiver a ordem, disciplina e autoridade sobre os filhos em aprendizado, o professor por mais que faça e esforce, não consegue fazer com que o aluno tenha um bom aproveitamento escolar.

Esse interesse familiar junto com o aprendiz e educador torna-se fundamental para o crescimento educacional do aprendizado. Pois quando o aluno se sente seguro e responsável por aquilo que se propõem, por si mesmo ele se completa e se realiza.
É cômodo atribuir a responsabilidade ao professor quando o aluno fracassa, esquecendo que antes do professor, os pais devem ser os primeiros a dar educação familiar.

Devemos sim repensar numa nova forma de currículo escolar, os pais como parte principal de educadores devem estar cientes e participativos.

Sou contra tanto assistencialismo que se dão aos pais, descompromissados com a vida escolar dos filhos. Deve sim exigir dos pais responsabilidades quanto á educação familiar, formando assim uma parceria, a fim de ajudar no crescimento do futuro cidadão.

O que deve ser feito, alias um pouco tardio, é de não atribuir todos e quaisquer fracassos escolar a responsabilidade do educador-professor, e achar que só o professor deve ser o salvador da pátria. Enquanto ficar querendo achar formulas mágicas para que o aluno aprenda e não chamarem os pais a caminharem juntos na mesma direção e conscientizarem que a escola deve caminhar com a participação de alunos, pais e professores.

Temos muitos exemplos de alunos sem educação familiar, como vimos em escolas de São Paulo, Rio de Janeiro e tantos outras.

Precisamos de pais comprometidos com a escola e principalmente com a educação dos filhos.
                           
Ana Maria F. Zanardi